Avaliar e ser avaliada... Crescer e fazer crescer!
Por que de nada valeria todo o meu conhecimento, se nele não existisse a necessidade da minha doação!
Por que de nada valeria todo o meu conhecimento, se nele não existisse a necessidade da minha doação!
Um professor, o tempo todo está avaliando seus alunos, até mesmo quando
está transmitindo o que sabe numa aula por exemplo. O que leva este
comportamento do professor adiante é justamente sua preocupação em estabelecer
no aluno um perfil, no intuito de diagnosticar e atribuir ao mesmo, os valores
devidos, mediante resultado desta avaliação. Mas qual é o real motivo da
avaliação pelo professor? É mesmo, a necessidade de se chegar à conclusão do
nível de aprendizagem daquele aluno ou aluna, até mesmo para expor para outras
pessoas, como outros estudantes, professores, pais... Mas essa preposição
leva-nos a pensar e mesmo a perguntar quem realmente está sendo avaliado? O
aluno que cumpri a avaliação por parte do professor? O professor que espera ser
avaliado pelas outras pessoas pela métrica da aprendizagem de seus alunos? Em fim...
Esta é uma discussão que distribui atribuições às pessoas. Sendo assim
definimos avalição como sendo uma forma de traçar um perfil, dos alunos através
de sua aprendizagem e do professor que demostrar a sua identidade através de
sua sentença avaliativa.
Diante destas colocações, a forma mais pela qual o professor avalia um
aluno é a “deixa” para o a avaliação do professor por parte dos próprios alunos
e outras pessoas que integram a gestão escolar. Este é um processo solitário o
professor sozinho decidi que atribuição dará para aquele aluno, quais valores
serão atribuídos a ele que tipo de avaliação estará sendo empregado neste
sentido. Nisto vê-se a avaliação classificatória que não possibilita espaços
para um profundo dialogo, não abre espaços para entrelinhas, apenas para o
objetivo prático da avaliação. Pois é bem verdade que quando o professor está
avaliando neste sentido ele está ditando as qualidades dos seus alunos, quando
bem sucedidos boas, quando mal sucedidos as más qualidades lhe são atribuídas.
Por isso dizemos que é árdua é a missão que tem um professor para
avaliar, pois assim fazendo, o mesmo estará possibilitado uma segregação ou
classificação que possibilita uma falsa ideia de hierarquia entre os alunos,
sendo esta uma condição que vai selecionar os melhores, tornando, os que não
alcançaram bons resultados, menos favorecidos neste sentido.
O professor assim é tido como um sujeito que conhece e logo tem plenas
condições unicamente para avaliar os alunos, que são tipos como objetos de
conhecimento aqui na condição de avaliados. Isto esclarece a relação existente
entre o professor e os alunos, pois esta relação vai está impregnado no método
aplicado por ele, pelo professor, no ato da avaliação. Estes métodos estão nos
instrumentos usados por ele para avaliar o aluno, são eles: Provas, testes,
arguições, exercícios, fichas, boletins... Tudo na perspectiva de medir o
conhecimento existente no aluno. Sabendo que estas condições de avaliações vai
possibilitar no aluno um espirito de competividade na busca pelo o melhor entre
eles, e entre o professor, isso dificulta um aprendizado coletivo.
A Avaliação consiste na expectava que deposita um aluno em obter o
retorno do bom rendimento mediante seus resultados avaliativos... Os seja, o
que seria a representação do desempenho do aluno torna-se uma característica
que o identifica como: o mau (ou bom) rendimento produz o mau (ou bom) aluno.
Essa percepção nos leva a usar as palavras de Foucault, que nos abri os olhos
para essa perspectiva de avaliação isto resume o “vigiar e punir”. Isentando o sujeito a sonhar com a igualdade na
diversidade.
A professora é apresentada como o
sujeito que atua sobre os alunos e alunas transformando-os em objetos de
conhecimentos no processo avaliativo. Essa perspectiva mostra a eficácia do
professor (sujeito de aprendizagem) para com o aluno (objeto de conhecimento).
Esta avaliação ela remete uma ação da professora sobre os alunos, vista até
mesmo como uma relação de poder. Isso possibilita também à avaliação da própria
professora na atribuição de valores a mesma por parte dos alunos. Sendo assim a
professora ao avaliar também é avaliada.
Frequentemente, a avaliação da professora é feita indiretamente a partir
da avaliação de seus alunos. Como exemplo, mesmo que o aluno se negue a fazer
determinadas atividades que o seleciona, ainda assim ele estará sendo avaliado,
claro que com um mau desempenho.
O processo da avaliação é um processo que se tece, ou seja, que está
interligado numa teia que liga estudantes, professores, famílias, procedimentos
didáticos, organizações pedagógicas, relações pessoais, relações
institucionais, afetos, contextos sociais, projetos, saberes, não saberes, e
tatos outros elementos quantos possam esta ligados no campo do cotidiano
escolar. Nesse contexto de avaliação e cotidiano a professora, que avalia e
avaliada, vai aprendendo duas lições contraditórias: é preciso classificar para
ensinar; e classificar não ajuda a ensinar melhor, tampouco a aprender mais –
classificar produz exclusão e para ensinar é indispensável incluir. Assim,
junto às práticas classificatórias, objetivas, que medem a aprendizagem e o
ensino, a professora vai usando conhecimento adquiridos no fazer, no contato
com o outro, por aproximação, saberes que podem ser compartilhados.
Há, assim sendo, duas vertentes que
acompanha o processo avaliativo acompanhado do movimento da constituição das
ciências sócias: A primeira vertente é a epistemologia e metodologia
positivista, em que a manipulação do objeto de conhecimento está associado ao
processo de compreensão, ou domínio de informações; A outra Vertente produz-se
pela constituição de estudos da sociedade em que se ressalta a especificidade
do humano. Esse movimento passa ligeiramente pelo processo da avaliação
aplicada pelo professor, que na mesma intensidade que avalia está sendo da mesma
forma avaliado.
A avaliação qualitativa configura-se
como modelo de transição por ter como centralidade a transmissão dos processos,
dos sujeitos e da aprendizagem, o que produz uma ruptura com a primazia do
resultado característico do processo quantitativo. O movimento da avaliação
qualitativa relaciona-se com ao processo de conhecimento articulado pela ideia
de compreender o mundo.
As críticas dirigidas aos moldes de avaliação não quer dizer
necessariamente que sua negação na significação para construção do aprendizado,
pelo o contrário, é preciso pensar a pratica da avaliação no que difere de sua
segregação e imposição de competividade por parte dos alunos, para um somatório
de forças por uma construção de aprendizagem em que os alunos irão aplicar não
apenas no processo avaliativo mas em sua vida. Somente na escola encontramos
pistas de que a avaliação precisa transformar- se e que diariamente ela vem
sendo transformada. É preciso pensar a
avaliação como uma pratica de investigação, como uma possibilidade de distanciamento
da avaliação classificatória.
Assim sendo podemos fazer a seguinte pergunta, quais transformações
precisam ser feitas para que a avaliação seja usada de uma forma que venha a
contribuir para o desenvolvimento do sujeito? Como avaliar sob a ótica de que
está sendo avaliado? É preciso ir além das classificações em sala de aula, de
selecionar e prepara um aluno para uma vida de intensas competividades. Num
resumo preciso, avaliar é indagar e indaga-se, num processo compartilhado,
coletivo, em que todos se aventuram ao conhecimento buscando o
autoconhecimento. A professora ao avaliar, é avaliada. Essa premissa leva a
crer a possibilidade do reaver o processo de avaliação nos currículos escolares
do Brasil.
REFERÊNCIA
ESTEBAN, Maria
Teresa, Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: ESTEBAN, Maria Teresa
(Org.). Avaliação: uma prática em
busca de novos sentidos. 5. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 51-82

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